[Resenha] A Filha do Pântano - Franny Billingsley

Há anos, a jovem Briony Larkin esconde alguns segredos... 
Segredos que comprometeram para sempre a saúde mental de sua irmã gêmea, Rose, e que mataram sua madrasta. Mistérios que a impedem de sair de Swampsea. 
Consumida pela culpa, Briony só encontra alívio nas profundezas do pântano, cercada pela presença dos Antigos os espíritos que assombram o lugar. 
O problema é que só as bruxas podem vê-los, e na sua aldeia elas são condenadas à morte. Por isso, ela vive com medo de que seu segredo seja descoberto, mesmo que ela acredite merecer as piores punições por todo o mal que já fez às pessoas que ama.
A chegada de Eldric faz sua vida mudar, pois ele representa o que ela sempre desejou ser, tudo aquilo que ela teme sentir.
Prender-se à magia ou libertar-se para o amor? Caberá a Briony fazer a decisão mais importante.

Título: A Filha do Pântano
Autora: Franny Billingsley
Editora: Novo Conceito
Ano: 2016
Número de páginas: 408


Avaliação (de 0 a 5): 4,0 

Mais do que uma história sobre magia, A Filha do Pântano é um livro sobre amor próprio. Ao mesmo tempo em que esse detalhe desvia a história do clichê de "menina poderosa descobre que tem magia", pode causar estranheza para quem vai ler esperando uma mitologia vasta e muitas cenas mágicas.

Vamos entender um pouco da história

A narradora (pouco confiável, já que a memória dela não é muito clara) é Briony Larkin, uma jovem convencida de que é merecedora de uma execução. Aos poucos vamos conhecendo como é a vida dela e o que a levou ter uma opinião tão dura sobre si mesma. Ela tem uma irmã gêmea, Rose, que possui uma condição mental especial, o que a leva a necessitar de cuidados especiais.

As duas são filhas do pastor de Swampsea, uma cidade construída perto do pântano. A história se passa no início do século XX (já que vemos o surgimento dos primeiros carros) ao mesmo tempo em que lida com a aparição de bruxas que aterrorizam quem se aventurar pelo pântano. E desta vez as bruxas e os seres mágicos são realmente perigosos.

Briony logo revela aos leitores que é uma bruxa e por isso deve ser executada. Mas quando o charmoso Eldric volta de Londres para viver como pai na cidade, vemos que Briony é capaz de despertar a nossa simpatia e torcida para que ela consiga viver esse romance e lidar com as suas habilidades mágicas.


Então, o livro é bom?

Eu gostei, sim, de A Filha do Pântano. Já falei isso e torno a repetir, a narrativa foge do lugar-comum, o modo como a história é contada não é tão clássica como a maioria dos livros do gênero e o desenrolar dos fatos segue um rumo diferente do que eu imaginei.
- Você não parece uma bruxa. (...)
- As bruxas não parecem. Elas são. Elas fazem.
 Página 307

Mais do que uma mocinha mal-humorada, Briony é alguém que massacra a si mesma constantemente. Aos poucos, vemos que a confiança de saber o que está dizendo é mais uma máscara da adolescente vulnerável que ela é. Eldric é um personagem mais carismático até do que eu esperava: um mocinho que não é meloso e ainda assim nos faz torcer. Rose, cuja condição mental não a impede de contribuir ativamente para os acontecimentos, também é uma personagem interessante.

A minha nota só não é máxima porque realmente senti falta da magia ao longo do livro. Claro que existem cenas com as bruxas e com outros seres do pântano, mas a mitologia criada era tão bacana que realmente merecia mais destaque. Até porque as vidas das irmãs estão completamente entrelaçadas à magia.

Mas vale a pena ler A Filha do Pântano?

Vale a pena se você não criar altas expectativas sobre uma história de garotas e magia. Existem ótimos livros do gênero, mas esse quer apenas contar a história de uma protagonista muito peculiar. Mas a leitura é fluida, a diagramação está ótima e é muito fácil ler tudo de uma vez.

Quem já se cansou da mesmice das narrativas e protagonistas de livros assim vai ter uma lufada de ar fresco com as tiradas sombrias de Briony Larkin e das maldades reais dos seres mágicos que a rodeiam.

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