[Resenha] Contagem Regressiva - Ken Follet

Certa manhã, um homem acorda no chão de uma estação de trem, sem saber como foi parar ali. Não faz ideia de onde mora nem o que faz para viver. Não lembra sequer o próprio nome. Quando se convence de que é um morador de rua que sofre de alcoolismo, uma matéria no jornal sobre o lançamento de um satélite chama sua atenção e o faz desconfiar de que sua situação não é o que parece.

O ano é 1958 e os Estados Unidos estão prestes a lançar seu primeiro satélite, numa tentativa desesperada de se equiparar à União Soviética, com seu Sputnik, e recuperar a liderança na corrida espacial.

À medida que Luke remonta a história da própria vida e junta as peças do que está por trás de sua amnésia, percebe que seu destino está ligado ao foguete que será disparado dali a algumas horas em Cabo Canaveral.

Ao mesmo tempo, descobre segredos muito bem guardados sobre sua esposa, seu melhor amigo e a mulher que ele um dia amou mais que tudo. Em meio a mentiras, traição e a ameaça real de controle da mente, Luke precisa correr contra o tempo para conter a onda de destruição que se aproxima a cada segundo.

Título: Contagem Regressiva
Autor: Ken Follet
Editora: Arqueiro
Ano: 2018
Quantidade de páginas: 320

Avaliação de (0 a 5): 4,0

Nunca tinha lido nada do Ken Follet e não sabia muito o que esperar dele, mas Contagem Regressiva foi uma boa surpresa com doses de espionagem e muitas reviravoltas.



Sobre o que é Contagem Regressiva?


Em 1958, em plena corrida espacial entre EUA e União Soviética durante a Guerra Fria, Luke acorda no banheiro de uma estação completamente sem memória. Aos poucos, ele vai percebendo as habilidades que tem e, ao ler a matéria sobre o lançamento do primeiro satélite dos EUA, começa a juntar as peças e notar que sabe mais sobre esse assunto do que uma pessoa normal saberia.

Ao mesmo tempo, alguém influente da CIA está à procura de Luke e fará questão que ele continue sem saber quem realmente é.

O livro é dividido na vida pregressa de Luke antes da Segunda Guerra Mundial, intercalando com os capítulos de Elspeth (sua esposa), Anthony (que está à sua procura) e Billie (que foi marcante no seu passado), além do tempo no presente, em que ele tenta juntar as peças (assim como nós, leitores) sobre a sua história.


O que eu achei do livro?


Desde que eu li A Garota Inglesa, passei a gostar cada vez mais dos livros sobre espionagem e a eterna rivalidade das agências dos EUA e Rússia. Contagem Regressiva une esses ingredientes com um bom panorama científico dos estudos sobre foguetes e entrega uma história concisa, fluida e que surpreende nos momentos certos.

Realmente ficamos completamente perdidos com a situação de Luke no começo, mas os capítulos do passado instigam mais o nosso interesse. Só achei que algumas situações foram fáceis demais tanto de um lado quanto do outro. Ambos os lados conseguem logo seus objetivos e enganam um ao outro de forma quase simples.

Achei que a melhor personagem da história - que recebe mais destaque no final - não teve sua história contada com mais dedicação. Na pressa para conseguir que o foguete seja bem-sucedido, o livro deixa de contar mais do passado interessante dos agentes russos (inclusive é o primeiro livro de espionagem que eu vejo que não trata os norte-americanos como totalmente bons e os russos como totalmente maus). Sem falar que o epílogo é um pouco superficial e não toca novamente em assuntos importantes.


Vale a pena ler Contagem Regressiva?


Se você gosta de um livro com panorama histórico, ação, espionagem e reviravoltas, esse é um prato cheio. Mesmo com algumas falhas, a narrativa é bem construída e a história caminha com velocidade. Mesmo que você não seja familiarizado com o funcionamento de foguetes (assim como eu rs), é possível entender tudo direitinho.

Então, eu recomendo Contagem Regressiva para um dia em que você quer escolher uma leitura com uma boa dose de adrenalina! Não é muito longo e nem prolixo como eu achava que seria. Acho uma boa descoberta e, com isso, eu leria outros livros do Ken Follet.

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