[Resenha] Dentes de Dragão - Michael Crichton

Michael Crichton, autor da obra que deu origem ao lendário filme Jurassic Park, volta ao campo da paleontologia neste livro recém-descoberto, uma aventura emocionante ambientada no Velho Oeste durante a era de ouro da caça a fósseis.

Com ritmo perfeito e enredo brilhante, Dentes de Dragão é baseado na rivalidade entre personagens reais. Com uma pesquisa meticulosa e imaginação exuberante, será transformado em minissérie pelo canal National Geographic com a Amblin Television e a Sony Pictures.

Desde Jurassic Park, nunca foi tão perigoso escavar o passado.

Em 1876, no inóspito cenário do Oeste americano, os famosos paleontólogos e arquirrivais Othniel Marsh e Edwin Cope saqueiam o território à caça de fósseis de dinossauros. Ao mesmo tempo, vigiam, enganam e sabotam um ao outro numa batalha que entrará para a história como a Guerra dos Ossos.

Para vencer uma aposta, o arrogante estudante de Yale William Johnson se junta à expedição de Marsh. A viagem corre bem, até que o paranoico paleontólogo se convence de que o jovem é um espião a serviço do inimigo e o abandona numa perigosa cidade.

William, então, é forçado a se unir ao grupo de Cope e eles logo deparam com uma descoberta de proporções históricas. Mas junto com ela vêm grandes perigos, e a recém-adquirida resiliência de William será testada na luta para proteger seu esconderijo de alguns dos mais ardilosos indivíduos do Oeste.

Título: Dentes de Dragão
Autor: Michael Crichton
Editora: Arqueiro
Ano: 2018
Quantidade de páginas: 304


Avaliação (de 0 a 5): 3,0

Eu fiquei animada em ler um livro do mesmo autor de Jurassic Park e O Enigma de Andrômeda, mas quando vi que era um livro póstumo, surgiu uma questão: se a obra nunca havia sido publicada, será que não se tratava de um rascunho e não da versão final? Dentes de Dragão é uma história que, na minha humilde opinião, mostra toda a boa escrita de Michael Crichton, mas talvez devesse ter passado por alguns ajustes do próprio.



Do que se trata Dentes de Dragão?

Faroeste, paleontologia e guerra com índios. A história começa com o riquinho William Johnson apostando mil dólares que vai acompanhar o excêntrico professor Marsh na sua expedição por fósseis. Acontece que Marsh tem um inimigo mortal, o professor Cope (o mais interessante é saber que os dois de fato existiram, assim como a rivalidade ferrenha), e acha que Johnson é um espião infiltrado.

Um dia, ele deixa o rapaz para trás. Logo, o professor Cope o acolhe e Johnson se junta a ele na viagem que ele também está fazendo para escavar fósseis. A partir daí, a história entra num ritmo mais acelerado de perigos iminentes de ataques de índios (que estão bravos porque o governo não cumpriu um acordo para a preservação das suas terras), desafios como manadas de búfalos, sabotagens do professor Marsh e até mesmo o clima de faroeste com brigas de revólver e a aparição do lendário Wyatt Earp (uma figura real extremamente importante na história do Velho Oeste norte-americano).


O que eu achei do livro?

É inegável que Crichton escreve bem. Até mesmo em uma história de faroeste, um gênero que eu não sou familiarizada, ele consegue deixar a narrativa palatável e o ritmo acelerado. Apesar do começo ser mais arrastado, a partir do meio, a história entra em um emaranhado de aventuras, quase como se estivéssemos vendo um seriado mesmo.

A facilidade de descrição e a agilidade nas cenas são características de quem trabalha com imagem, o que faz sentido porque Crichton trabalhou com seriados de televisão. Porém, Dentes de Dragão peca justamente por impor um ritmo tão rápido que tudo muda muito rápido, nem sempre de forma orgânica. 

Personagens se sacrificam convenientemente (como seria para um roteiro de televisão) para salvar outros, ajudas inesperadas são concedidas e confusões começam a partir do nada. Então, por mais que exista uma boa pesquisa sobre Marsh e Cope, além de uma boa noção do real trabalho dos paleontólogos, a história ficou muito superficial.


Eu recomendaria Dentes de Dragão?

Apesar de todas as minhas ressalvas, eu recomendaria, sim. Mas seria para quem curte livros de ação, aventura e prefira uma leitura fluida acima de uma maior profundidade. Esse livro é, sem dúvida, uma boa dose de diversão. Será que se tivesse sido publicado quando Crichton estivesse vivo, teria passado por mudanças?

Nunca saberemos, mas uma coisa é certa: eu fiquei com mais vontade ainda de percorrer as obras mais famosas do autor. Acho mesmo Dentes de Dragão serve como porta de entrada para outras narrativas e deixa o leitor mais animado para novas aventuras que virá a descobrir nas suas páginas.

Curiosidade: o livro será adaptado para o formato de minissérie pela National Geographic. Tem jeito de sucesso, viu?
Curiosidade 2: a série Westworld, da HBO, é baseada no roteiro de Crichton para o filme similar nos anos 70.

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